segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ACRE - A TERRA DE CHICO MENDES

Esta semana estou com minha publicação atrasada em virtude de  ter demorado para conseguir as  fotos da  pessoa que vou homenagear neste artigo. Vou escrever sobre Maria de Jesus, uma mulher valorosa, que muito nos honrou durante o tempo que representou o Laboratório Pardini na cidade de Rio Branco, capital do Acre.
Eu disse no capitulo anterior que havia ido conhecer Rio Branco em companhia da Brinnya e de seu namorado na epoca e ficamos por lá somente algumas horas e resolvi adiar este projeto para uma outra ocasião, considerando sempre o custo beneficio, visto que a capital do ACRE não tinha o movimento necessário para montagem de uma frente de trabalho.
Fui dando sequencia no meu trabalho, e desenvolvendo as regiões onde já tinha vendedores, e focando principalmente nos dois grandes centros  que é o Rio de Janeiro e São Paulo, regiões esta que serão comentadas em detalhes em capítulos futuros.
Eu tinha curiosidade em conhecer Rio Branco com mais tempo, isto também em função da historia de Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista, ativista politico e ambientalista brasileiro, nascido na cidade de Xapuri de 15 de dezembro de 1944, era casado com Ilzamar Gadelha Mendes e acabou sendo assassinado em 22 de dezembro de 1988, também na sua cidade natal.
Procurei saber um pouco mais sobre este brasileiro, tão conhecido e respeitado fora do Brasil, que publico abaixo um breve resumo de sua vida, conforme dados publicados no Portal da Educação do site da UOL

Pobre e iletrado, o pai de Chico Mendes ganhava a vida extraindo látex das seringueiras na floresta amazônica. Aos nove anos, o garoto Francisco Alves Mendes Filho também entrou para a profissão de seringueiro: era sua única opção, já que lhe foi negada a oportunidade de estudar. Até 1970, os donos da terra nos seringais não permitiam a existência de escolas. Chico só foi aprender a ler aos 20 anos de idade. Indignado com as condições de vida dos trabalhadores e dos moradores da região amazônica tornou-se um líder do movimento de resistência pacífica. Defensor da floresta e dos direitos dos seringueiros, ele organizou os trabalhadores para protegerem o ambiente, suas casas e famílias contra a violência e a destruição dos fazendeiros, ganhando apoio internacional. Fundou o movimento sindical no Acre em 1975, com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia.  


Participando ativamente das lutas dos seringueiros para impedir desmatamentos,  montou o Conselho Nacional de Seringueiros, uma organização não-governamental criada para defender as condições de vida e trabalho das comunidades que dependem da floresta.  Chico Mendes também atuou na luta pela posse da terra contra os grandes proprietários, algo impossível de se pensar na região amazônica até os dias de hoje. Dessa forma, entrou em conflito com os donos de madeireiras, de seringais e de fazendas de gado. Participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, em 1977, e foi eleito vereador para a Câmara Municipal local, pelo MDB, único partido de oposição permitido pela ditadura militar que governava o país (1964-1985). Nessa época, Chico sofreu as primeiras ameaças de morte por parte dos fazendeiros. Ao mesmo tempo, começou a enfrentar vários problemas com seu próprio partido: o MDB não era solidário às suas lutas. Em 1979, o vereador Chico Mendes lotou a Câmara Municipal com debates entre lideranças sindicais, populares e religiosas. Lembre-se: era tempo de ditadura militar  Foi acusado de subversão e passou por interrogatórios nada suaves. Foi torturado secretamente e, como estava sozinho nessa luta, não podia denunciar o fato, ou seria morto. Foi assim, em busca de sustentação política, que decidiu ajudar a criar o Partido dos Trabalhadores (PT), tornando-se seu dirigente no Acre. Um ano depois de ser torturado, foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional, acusado de ter participado da morte de um fazendeiro na região que assassinara o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia. Em 1982, tornou-se presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Xapuri e foi acusado de incitar posseiros à violência, mas foi absolvido por falta de provas. Quando liderou o Encontro Nacional dos Seringueiros, em 1985, a luta dos seringueiros começou a ganhar repercussão nacional e internacional. Sua proposta de "União dos Povos da Floresta", apresentada na ocasião, pretendia unir os interesses de índios e seringueiros em defesa da floresta amazônica. Seu projeto incluía a criação de reservas extrativistas para preservar as áreas indígenas e a floresta, e a garantia de reforma agrária para beneficiar os seringueiros. Transformado em símbolo da luta para defender a Amazônia e os povos da floresta, Chico Mendes recebeu a visita de membros da Unep (órgão do meio ambiente ligado à "Organização das Nações Unidas em Xapuri, em 1987. Lá, os inspetores viram a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros, tudo feito com dinheiro de projetos financiados por bancos internacionais. Logo em seguida, o ambientalista e líder sindical foi convidado a fazer essas denúncias no Congresso norte-americano. O resultado dessa viagem a Washington foi imediato: em um mês, os financiamentos aos projetos de destruição da floresta foram suspensos. Chico foi acusado na imprensa por fazendeiros e políticos de prejudicar o "progresso do Estado do Acre". Em contrapartida, recebeu vários prêmios e homenagens no Brasil e no mundo, como uma das pessoas de mais destaque na defesa da ecologia. Casado com Ilzamar e pai de Sandino e Elenira, Chico realizaria alguns de seus sonhos, ao assistir à criação das primeiras reservas extrativistas no Acre. Também conseguiu a desapropriação do Seringal Cachoeira, de Darly Alves da Silva, em Xapuri. Foi quando as ameaças de morte se tornaram mais frequentes: Chico denunciou o fato às autoridades, deu nomes e pediu proteção policial. Nada conseguiu. Pouco mais de um ano após sua ida ao Senado dos Estados Unidos, o ativista acabava de completar 44 anos quando foi assassinado na porta de sua casa. Em 1990, o fazendeiro Darly Alves da Silva e seu filho, Darci Alves Pereira, foram julgados e condenados a 19 anos de prisão, pela morte de Chico Mendes. Em dezembro de 2008, vinte anos depois de sua morte, por decisão do Ministério da Justiça, publicada no Diário Oficial da União de 11 de fevereiro de 2009, Chico Mendes foi anistiado em todos os processos de subversão que corriam contra ele, e sua viúva Ilzamar Mendes teve direito a indenização. Na ocasião, o ministro da Justiça, Tarso Genro declarou: "Chico Mendes era um homem à frente de seu tempo, um homem que construiu um amplo processo civilizatório. Hoje, o estado está pedindo desculpas pelo que fez com ele. Chico Mendes foi importante para o Acre e para o Brasil."

Algumas imagens da cidade de Rio Branco- AC

Eu sempre pensava em ir para o Acre, mas o trabalho em outras capitais, onde a receita era maior, fazia com que esta vontade fosse adiada, por anos. Com o crescimento do trabalho, foi necessário a criação do cargo de supervisores regionais para poderem acompanhar mais de perto o trabalho dos vendedores, pois sozinho já não estava conseguindo. Os primeiros supervisores foram para as regiões de São Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste. Posteriormente para o Sul e Centro Oeste, além do interior de São Paulo. Estes supervisores trabalhavam diretamente ligados a mim e isso acelerou o processo de seleção e criação de novas frentes de trabalho.

Uma pessoa que tinha sido promovida à supervisora, que já escrevi sobre ela alguns capítulos atrás foi a Jacira. Coube a ela contratar e treinar vendedores no Rio Grande do Sul, Santa Catarina,  Parana,  Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Este trabalho durou vários meses, mas lentamente, de cidade em cidade, acabou chegando em Rio Branco.
Quando a Jacira estava já hospedada em Rio Branco,  foi tomar um café numa lanchonete da cidade e conversou com a garçonete que a atendia e disse que estava procurando uma pessoa para trabalhar na coleta de material, e se ela conhecesse alguém, que a procurasse no hotel e deixou com ela um cartão de visita.

Logo mais, no final do dia, esta moça se apresentou a Jacira no hotel e disse que gostaria de ter o emprego. A Jacira a entrevistou e acabou contratando a nova funcionária de nome Maria de Jesus. Nativa do Acre, uma pessoal sensacional, muito esforçada, em pouco tempo, conseguiu dominar todo o trabalho juntos aos laboratórios e lá permaneceu por muitos anos e até hoje ainda trabalha na área de laboratório, agora representando um outra empresa.
Mas eu ainda não conhecia a Maria. Sempre conversamos por telefone e por e-mail, mas eu,como gerente de vendas, tinha obrigação de trabalho, ir fazer uma visita a região que a supervisora Jacira havia aberto.

Eu estava trabalhando em Manaus e resolvi aproveitar a viagem e tomei um voo para Porto Velho e depois para Rio Branco.  Gostava de ir a Porto Velho, não somente pela amizade que tinha com a Brinnya e com a família dela, mas também por ter conhecido um rapaz, na epoca que lá estive pela primeira vez, chamado David, se ofereceu para ser o representante do Pardini, mas eu já havia fechado com a Brinnya, mas ficamos amigos


Marcamos uma pescaria no Rio Madeira, na Cachoeira do Teotônio. Neste local havia um desnível de uns 02 metros e a água passava entre as pedras em alta velocidade, formando redomoinho e era naqueles lugares que se pegava peixes maiores. Eu confesso que minha habilidade de pescador se limitava a pegar alguns piaus, nas águas mais tranquilas, mas vi pescadores capturando peixes bem grandes. O Rio Madeira é muito poderoso, tanto que o governo acabou construindo duas barragens, a de Jirau e Santo Antonio.


Outra pescaria que fizemos juntos foi na Represa do Samuel (podia ser chamada de Recanto das Piranhas). Um mar de água e também um labirinto. Um pescador menos avisado, se entrar nesta represa sem um guia, tem muita chance de ficar perdido por varias horas, pois a represa foi construída num determinado ponto e o lago da represa invadiu milhares de arvores e a a fauna, principalmente marinha, se resumia a peixes como tucunaré, piau e piranhas.  Pescamos por lá o dia todo e no final tínhamos umas 50 piranhas, um tucunaré e mais nada. A noite, como é tradição, a esposa do Davi fez a tradicional sopa de piranha, que de acordo com os moradores da região, é um prato afrodisíaco.

Tinha chegado a hora de eu finalmente ir a Rio Branco. Tomei um voo em Porto Velho e 40 minutos depois estava na Capital do Acre. Aluguei um carro e me dirigi ao hotel, que ficava bem no centro da cidade. Me espantei de cara com a quantidade de agencias do Banco do Brasil que havia na praça central da cidade: 04. Soube depois que por te sido o Acre um território, antes de virar Estado, toda economia era subsidiada pelo Governo, com isso o numero de funcionários públicos era muito grande.
Maria e sua filha

Finalmente, encontrei a Maria. Marcamos se encontrar no hotel que eu estava hospedado e quando ela chegou, me passou de cara a impressão que era a melhor pessoa para ser contratada, independente de entrevistar outras e outras. Uma pessoa simples, humilde, mas muito determinada. Mostrou esta qualidade ao longo do tempo, onde permaneceu no Pardini por muitos anos, e hoje representa uma grande empresa do ramo com muito sucesso. Hoje é mãe de uma linda garotinha e já, como empreendedora, investe no segmento de roupas feitas. Uma grande amiga. Tive sorte em conhece-la e hoje, embora morando a mais de 4000 quilometros, ainda mantemos nossa amizade. Que ela seja muito feliz em todos seus projetos.





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